De um dia para o outro Vilamoura foi invadida por
bicicletas brancas. Em vários locais encontramos umas estações com cerca de
seis bicicletas. O conceito é o mesmo que encontramos em muitas cidades
europeias. Em Portugal temos a cidade de Aveiro como um bom exemplo. E na
Vilamoura, como funcionam?
Para o curioso que queira experimentar as VPBikes
fica frustrado como eu fiquei. Eu bem tentei passar cartões no leitor. Mas nada
funciona, nem multibanco, nem visas ou mastercards. Depois, lá descobri que é
necessário ter um cartão específico para utilizá-las. O que até concordo, será
sempre uma forma de controlo e segurança. Não estava à espera é que os cartões
fossem entregues exclusivamente aos residentes de Vilamoura. Ou seja, só sendo
residente é que eu poderia experimentar estas “máquinas brancas”. “Que pena.” –
pensava eu. No fundo, estas bicicletas são uma excelente alternativa de
transporte. Principalmente, pela quantidade de estações que estão espalhadas
por Vilamoura. Sendo um transporte limpo e que pode usufruir da extensa rede de
ciclovias.
Na vida até podemos pensar que controlamos alguma
coisa, mas não é nada disso, e a dada altura surgem acontecimentos
completamente inesperados, mesmo surpreendentes. Umas vezes podem ser situações
delicadas, como podem ser bem gratificantes. E dessa forma, muito
surpreendente, surgiu um cartão, abrindo a possibilidade de poder pedalar. Uma
amiga e colega, que conhece a minha “pancada” pelas bicicletas, emprestou o
cartão de forma generosa e simpática.
Aproveitando uma tarde solarenga, desloquei-me de
carro até a uma das tais estações. À minha espera estavam 4 bicicletas
branquinhas. Lá escolhi a minha montada e agarrei no tal cartão. O sistema
funcionou de forma rápida no processamento digital e na libertação da
bicicleta. Ao tirá-la senti logo uma característica delas, o peso. São mesmo
muito pesadas.
Em termos de afinação, só permite a acertar a
altura do banco de acordo com a nossa estatura. Mas, pareceu-me que de modo
geral dão para as estaturas lusitanas.
Começar a pedalar também foi bem fácil. É sentar e
pedalar por ali a fora. Aí deixamos de sentir o peso da bicicleta e é agradável
a estabilidade que ela proporciona. A direção é talvez um pouco nervosa no
início, mas rapidamente habituei-me. Tem um sistema de mudanças de cubo, com 3
andamentos diferentes. Ajudando assim nalgumas subidas, muito poucas, que
existem em Vilamoura.
Quando cheguei a uma outra estação também foi bem
fácil. Limitei-me a empurrar a bicicleta e encaixá-la no local correto. Ficando
imediatamente presa. Para regressar ao carro voltei a utilizar o cartão
“mágico” que me libertou uma outra bicicleta. Pois, a minha anterior já tinha
partido em missão com outra pessoa.
Quando cheguei ao carro sentia-me bem feliz. Confesso
que a sensação de pedalar numa bicicleta que eu posso deixar em segurança nos
vários locais, sem ter que ficar minimamente preocupado, é muito agradável.
Mas, melhor ainda é ter a confiança que uma outra (ou a mesma) estará à minha
espera para poder levar-me para onde preciso. Muito bom.
Curiosamente, o aparecimento destas bicicletas teve
um efeito de contágio muito saudável, que foi o aumento do número de pessoas a
pedalar pelas ciclovias de Vilamoura. A bicicleta a marcar pontos.
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