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14.10.12

Por Levadas até à Ilha do Rosário

A associação Almargem organiza frequentemente passeios / caminhadas pelo Algarve a fora. É uma forma muito interessante de conhecer zonas muito especiais e bonitas, sem gastar muito dinheiro. Desta vez, a aposta estava na zona de Silves. Não na antiga capital algarvia com as suas ruas cheias de história. Mas, sim um pouco mais à frente. Por isso, eu saí da cidade e continuei pela EN 124, em direção a Monchique. A coitada da estrada já está num estado que mais parece um caminho velho. Conduzindo com algum cuidado, para não dar cabo das suspensões ou pneus do meu carro, chego a um local que fica mesmo ao lado de um rio, o Odelouca. Aí nessa zona, em que a estrada faz uma sequência de curva e contra curva, dou de caras com o restaurante Mira Rio, o ponto de encontro para esta atividade.

Apesar de eu já ter anos de participações em eventos com bicicletas, sejam passeios ou competições, o que faz com que eu já não “stresse”. Agora, aqui estava eu com o tal nervoso miudinho na barriga. Mas porquê, o percurso até era curto, somente 8km e o dia nem estava muito quente. Talvez, fosse por ver o pessoal todo equipado, com botas xpto, mochilas e até bastões. Com o raio, será mesmo necessário estas “coisas” todas? Para fazer 8km? Bom, tentei relaxar e não preocupar-me com a minha falta de “coisas” e aproveitar para tirar umas boas fotografias.

A Joana, a simpática guia, pediu para todo o grupo se juntar e explicar um pouco como iria ser o percurso. A partir daí descemos por umas escadas e já estávamos ao lado do Odelouca. Este curso de água é impressionante. Mesmo a zona envolvente é muito bonita. Um local perfeito para fotografias panorâmicas encaixando o rio e a serra de Monchique.
Apesar do trilho seguir sempre pela esquerda do Odelouca, a verdade é que seguia bem mais de perto uma levada de água. Não sei se ainda é utilizada, pois muitas das peças, portas, rodas ou placas estão bem marcadas pela ferrugem, apesar de a levada ter água. A verdade é que o trilho é muito bonito, umas vezes atravessa autênticos tuneis de árvores e arbustos. Outras vezes é bem mais aberto, oferecendo belos postais paisagísticos.
Com cerca de 2/3km feitos surge o rio Arade e na junção dos dois fica uma pequena ilha. Há muito tempo atrás estes dois eram importantes vias de comunicação e transporte. Pelo que a nossa guia partilhou, já os fenícios utilizavam-nos. E nesses tempos esta pequena ilha foi muito importante para controlar tráfego de então. Mais tarde, foi construída uma pequena capela, em honra à nossa Senhora do Rosário, sobre as ruínas de construções dos povos mais antigos. Bem, hoje a ilha do Rosário continua no meio do entroncamento dos dois rios. Não vi ruínas de nada, nem pequenos muros, só mesmo uma pequena ilha. O local é muito bonito, e as águas calmas proporcionam uma excelente zona para canoagem.
 
De volta à levada, mas agora seguindo o Arade, fui surpreendido por uma vista da cidade de Silves que não imaginava ver. Um ponto espetacular, com o casario branco e o seu castelo ao fundo, e o rio a serpentear calmamente como um espelho.
 
O percurso deixa por fim o rio e a levada, subindo por uma ladeira até à Atalaia. Um ponto com alguma altitude em relação ao rio que proporciona mais umas perfeitas panorâmicas. A partir daí o percurso segue por um estradão que entra numa zona mais interior, atravessando pequenos montes de pouca vegetação. Esta foi a zona mais social, aquela em que proporcionou a todos os participantes um bom momento de conversa e convívio. Deste modo, nem se deu pelos quilómetros a passar e quando demos por ela já estávamos de novo no local de partida.
Por Levadas até à Ilha do Rosário

1 comentário:

Anónimo disse...
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