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22.11.14

1º Campeonato do Mundo de XCO

Hoje em dia o BTT é umas das actividades desportivas mais populares do nosso país, seja numa vertente a puxar mais para o lazer ou então para a competição. Quando chega o fim de semana constata-se isso mesmo. São centenas, para não dizer milhares, de ciclistas prontos para atacar os trilhos de terras lusitanas. Pequenos grupos ou em grandes grupos, lá vão pedalando e convivendo, numa relação mais intima com a Mãe Natureza. Esta parece ser a receita pelo tamanho sucesso desta modalidade, pois estes factores "infligem" doses de felicidade, atingindo (ou até superando) terapias ou tratamentos energéticos no equilíbrio do corpo e da alma. 
Num contexto ligeiramente diferente, mais voltado para a competição, as provas que se realizam em território nacional são também às centenas. Principalmente depois de terem surgido as maratonas o número de eventos aumentou brutalmente. Praticamente não existe um fim de semana que não tenha pelo menos um evento. O modelo é quase sempre o mesmo. Um percurso tipo maratona (entre 60km e os 100km) para os mais treinados / competitivos, um outro mais curto, a meia-maratona (entre 30km e os 60km) e por vezes um mais curto, o passeio ( com cerca de 20/25km). Estes eventos confirmam, pela enorme adesão que têm, que a fórmula da felicidade e energia positiva dada pela bicicleta são um facto.
Vista panorâmica sobre Durango
É claro, que falta falar nas muitas variantes do BTT, desde do Downhill (DH) ao Cross Country (XCO), seja nas provas a nível nacional ou regional. Mas, a pergunta principal será: Como é que isto tudo nasceu? Não me refiro ao nascimento do BTT, num parto levado a cabo pelo Joe Breeze e companhia. Mas sim, o "clique" que transformou esta modalidade em algo de nível mundial?

E parece que a resposta certa tem forma de uma data: 24/09/1990! Pois é!!!! Foi nesse dia que o BTT passou a ser uma modalidade de nível mundial. E como não podia deixar de ser, o local deste acontecimento teve que ser nos Estados Unidos da América, mais precisamente na cidade de Durango, no estado do Colorado.
Esta cidade norte americana está rodeada por montanhas bem altas (acima dos 3000m). O que proporciona um excelente local para desportos de outdoor, desde do BTT até ao ski e outros desportos de Inverno. Falando em altitudes, é de destacar que até a própria cidade fica praticamente à mesma cota da nossa Torre, na Serra da Estrela. Uma cidade com mais de 17 mil habitantes que vivem bem perto dos 2000m de altitude. Bem bom para fazer treinos em altitude, não é?
Main Avenue
A principal rua de Durango é a Main Avenue que atravessa  todo o downtown, Esta rua abriga todo tipo de lojas desde de restaurantes aos bares, passando pelas lojas turísticas e de souvenires. Os dois principais e mais antigos hotéis de Durango, The Palmer Geral e O Strater Hotel, ficam ambos nesta avenida principal. Os restaurantes são bem variados, com especialidades mexicana, italianas, francesas, tailandesas e japonesas e os mais tradicionais americanos. Como dará para perceber será a rua mais popular e concorrida, sempre cheia de turistas.
Assim sendo, foi neste fabuloso cenário que foi realizado pela primeira vez um Campeonato do Mundo para bicicletas de montanha. O dia escolhido foi o 24 de Setembro de 1990. Nessa primeira vez tiveram destaque as duas modalidades que ainda hoje são as principais, o Cross Country (XCO) e o Downhill (DH).
Pódio masculino Durango 1990
Relativamente à corrida de XCO em elites masculinos, foi ganha pelo norte americano Ned Overend, após uma luta intensa com outro grande atleta de então, o suíço Thomas Frischknecht, que fez segundo e em terceiro ficou o britânico Tim Gould. Desta forma, o Ned Overend foi o 1º campeão do mundo de XCO e em consequência disso fez com que a marca Specialized, que já tinha um título comercial (1ª marca a produzir bicicletas de montanha em série), passasse a ter a honra de ser a 1ª marca de bicicletas campeã mundial nesta modalidade. Mas, não podemos deixar de destacar a máquina que o Thomas Frischknecht utilizou, mais que não seja pela bela luta que deu. A maioria do pessoal não reconhece a marca como sendo um fabricante de bicicletas e/ou quadros, mas sim de componentes para estas. A verdade é que o nome Ritchey é tão importante (ou até talvez mais) na história do BTT. Para os mais observadores destas coisas mais históricas, devem-se lembrar de uns quadros em Chromoly, com tubos bem finos e uma pintura tricolor, azul, branco e vermelho e em lettering branco o nome Ritchey.
Na corrida das elites femininas o pódio foi todo norte americano. A grande dominadora foi a atleta Juliana Furtado, uma americana de nascimento, mas portuguesa de descendência, que com alguma facilidade venceu a corrida, consagrando-se assim como a  1ª  Campeã Mundial. Em segundo ficou a Sara Ballantyne e em terceiro a Ruthie Matthes.
Pódio feminino Durango 1990

Curiosamente a bicicleta da vencedora foi outra vez uma marca americana, a Yeti. Mais uma marca com história no panorama do BTT. O que prova o desenvolvimento que esta modalidade teve nos Estados Unidos. Ainda hoje em dia aí se cria o futuro do BTT.

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